Sunday, November 28, 2010

Could I borrow your life manual? I seem to have misplaced mine...


I wanted to call you and hug you and tell you all about the most wonderful boy, the stupidest boy, that went and fell in love with me and how he doesn’t want to be friends anymore… But then I remembered that was you. And I remember I am me. And the encompassing darkness descends.


I’m sorrier than you’ll ever know.

Lili

Thursday, November 25, 2010

Hoje é um dos Muitos Dias

Há dias em que mais valia ficar na cama. Levantamo-nos de manhã para o xixi da praxe e estamos com má cara. Quando estamos a voltar à casa-de-banho para o banho, alguém já está a ocupá-la e temos as nossas coisas todas lá dentro. Não há na cozinha o que apetece comer. Saímos pela porta já atrasados e ainda perdemos o autocarro.

Mas também há dias em que tudo corre bem. Levantamo-nos de manhã depois dos vinte minutos de pré-acordar que o botão de snooze nos ofereceu e sorrimos para o nosso reflexo no espelho. A roupa que nos apetece usar está toda lavada e cheirosa e parece assentar mais perfeitamente que nunca. Não temos fome, mas a peça de fruta que escolhemos para não ficarmos de estômago vazio mais do que saber bem, é a ideal. Saímos pela porta já atrasados, mas conseguimos chegar dez minutos antes sem sequer percebermos como.

Hoje foi um desses dias. O mp3 presenteou-me com músicas que eu nem sabia que me apetecia ouvir. Percorri desorientadamente a zona do Saldanha em busca de uma entrevista de trabalho, na qual gostaram de mim, na qual me chamaram. Desci para Arroios até ao oculista, porque a minha armação já tem uma certa idade e chegou a andar de fita-cola, à Harry Potter. Os óculos já os tinha escolhido e eram mais giros do que eu me lembrava. Experimentei lentes de contacto pela primeira vez e foi uma aventura de pestanejares e lacrimejares. A minha cara estava tão perto do espelho que só me via a mim, mas achei-me linda. Mesmo com as rugas de expressão na testa e com as ruguinhas de sorrir nos cantos dos olhos. Linda, principalmente porque, quando sorrio, os olhos também se riem e a bochecha esquerda oferece uma covinha.

De lentes postas, cheia de comichões novas, subi até à Avenida de Berna, para voltar à faculdade onde acabei um curso, mas que foi muito menos minha do que a Ravara, dos tempos de Enfermagem. Enquanto esperava, resignadamente tirei o The Catcher in the Rye da mala para continuar a leitura e eis que um livro que até então pouco ou nada me dissera, de repente me atira com duas passagens de encher o olho.

Até que lá reencontrei os meus companheiros portugueses de Erasmus e muita conversa havia para pôr em dia. Foi óptimo vê-los, iguais mas diferentes, apaixonados e a sobreviver ao fim do amor. Foi bom lembrar Londres, a cidade que é também nossa. A cidade que, sempre que voltamos, parece que nunca abandonámos. Porque já sabemos de cór as formas mais rápidas de chegar onde quer que seja, porque já temos os nossos spots de eleição, porque estamos bem cientes daquilo com que podemos contar.

Foi fantástico estar sentada na esplanada amarela a ouvi-los e relembrar-me do porquê de fazerem parte da minha história. Relembrar-me que tomar café com eles vai sempre encher-me o peito de calor. Relembrar-me que gosto mais deles do que me ocorre na banalidade do quotidiano.

Soube bem reencontrar professores, perceber que eles ainda se lembram de mim, que gostam de mim. Descobrir novas coisas em comum.

Foi bom palmilhar o centro de Lisboa a pé, só porque sim. Porque faz bem, porque tenho tempo, porque tenho música.

Foi maravilhoso abafar o desejo por castanhas, porque não as há à mão, porque não me posso dar ao luxo de dispensar 2€, apenas para voltar a casa e apanhar a mãe a prepará-las para depois do jantar.

Foi agridoce ir à casa do meu Nabo, de visita a Lisboa, para me despedir dele e, apesar de custar sempre vê-lo partir, só pode ser amor o que me faz estar ali, na casa dele, na hora de dizer adeus às pessoas que mais lhe importam.

Houve várias coisas que faltaram no meu dia. Há pessoas que eram o mundo e que parecem estar a deixar de o ser. Mas hoje não é o dia para querer saber disso.

Hoje é o dia para me achar capaz de tudo. Hoje é o dia em que acredito, em que sei, que espere-me o que esperar, vou ter uma vida cheia. E, um dia, vou olhar para trás e chamar-lhe plena.


No regresso a casa, enquanto esperava pelo metro na estação do Saldanha, deparei-me com a célebre citação de Almada Negreiros na parede. Uma que já antes me prendera a atenção:

"As pessoas que eu mais admiro são aquelas que nunca se acabam."

É isso que eu quero ser. Uma pessoa que nunca se acaba.

MJNuts

Wednesday, November 24, 2010

It Gets Better

Não estou bem a par do que se passou, apenas sei que, de repente, os Estados Unidos acordaram para a problemática da homossexualidade e da dor que isso constitui para muitos jovens e adolescentes. Estou em crer que, num espaço de tempo reduzido (uma semana?), imensos miúdos gays se suicidaram e outros foram vítimas de violência, coisa que, finalmente, chocou a América.

Como tal, deu-se início à campanha It Gets Better. Já várias figuras ilustres vieram a público dizer que realmente tudo melhora, que os miúdos só têm de aguentar aquela fase difícil do crescimento em que ser diferente é ser anormal, em vez de ser especial. Acredito firmemente que sim, que tudo melhora, que tudo vai ficar bem. Não é à toa que a citação mais antiga que me acompanha é uma de Shakespeare, "Não há noite tão longa que não encontre o dia". Não há. Em nenhum lugar deste planeta, há noite que dure para sempre.

E por isso, veio o Obama (sim, também o Presidente), o Tim Gunn, a Ellen Degeneres, o Adam Lambert, até a Ke$ha afirmar que tudo vai melhorar... Mas ninguém o fez como a Pixar:



Ninguém sabe porquê, mas o cinema de animação toca-nos num sítio do coração a que os outros filmes não chegam. Talvez esse sítio se chame inocência. Talvez se chame simplicidade. Ou talvez seja apenas amor.

É por isso que, quando a Pixar me diz que tudo vai ficar bem, eu acredito.

MJNuts

Saturday, November 20, 2010

Lembra-te Quem És

Gloriosos miúdos perdidos. Aos caídos por aí.


Eu sou uma deles.

MJNuts

Monday, November 15, 2010

You Know Who I Am

Mais pelo vídeo do que pela música ou pelo artista.



Gosto de poder relembrar-me disto.

MJNuts

Saturday, November 13, 2010

How to Train Your Dragon


"Everything we learned about you... is wrong."

MJNuts

Wednesday, November 10, 2010

AAARRRGGGGHHHH!

Alguém me pode explicar porque raio é que as novelas da TVI (que eu tenho de ouvir enquanto estou ao computador devido a hábitos parentais que não mudam) agora insistem em pegar em melodias pré-existentes e pôr uma letra qualquer portuguesa que encaixe ali?

Já fiquei extremamente irritada quando aquele NOJO dos Perfume que pôs meio mundo em polvorosa tinha acordes copiadíssimos da Your House da Alanis Morissette; gostei muito pouco quando andava por aí a soar uma música que era a versão tuga da Behind Blue Eyes (que eu nem gosto), mas quando oiço os acordes da versão Gary Jules da Mad World e depois a letra me começa em português?!? ARGH!

Parem, por favor. Para letras portuguesas de originais estrangeiros, tínhamos os Onda Choc, que cumpriram mais que bem o seu dever.

MJNuts

Monday, November 8, 2010

Before Sunrise+Before Sunset


A primeira vez que vi Before Sunrise, foi por puro acaso. Já lá vão eternidades. Olha o Ethan Hawke na televisão! Que será isto? Não fazia ideia ao que ia. Estavam dois jovens a falar num eléctrico e o que me fez ficar em vez de mudar de canal foi a conversa que já vos mostrei noutro post.

Entretanto, surgiu a sequela, Before Sunset. No já ido ano de 2004. Muito falei de ir ver o filme ao cinema e depois de o ver em casa, mas nunca aconteceu. Até que falei do Before Sunrise a um amigo, porque tinha tudo para ele gostar, e vimo-lo em conjunto. Adorei. Adorei a inocência da juventude, os sonhos, os impulsos. A coragem de sair de um comboio com um estranho. As deambulações por uma cidade que, naquele dia, só poderia ser perfeita. As conversas são magníficas. Verdadeiras. Recheadas de ideias loucas que fazem sentido na cabeça mas, quando expressas por palavras, parecem caóticas e confusas. Hesitantes, repletas daquelas expressões irritantes de que todos abusamos a falar (I mean, you know, like...) mas que simplesmente fazem parte do discurso falado.

O primeiro filme retrata um período inferior a 24 horas que, para aqueles dois jovens, foi extraordinário. O fim eminente marcou a intensidade da experiência. Entregaram-se, simplesmente. Sem medos. Viveram, não, sugaram a Vida de cada momento que partilharam.

Até ao instante em que tudo acabou e se deixou a promessa do reencontro.

Nove anos depois, temos Before Sunset. Como não podia deixar de ser, a preferência pelo primeiro é geral. Mas eu acho que, juntos, formam um todo melhor do que qualquer uma das partes separadas.

À inocência da juventude junta-se a experiência trazida pela idade. O desencanto. O desapego. Vemos o resultado das expectativas que deixaram de o ser. Os desencontros. A dor do ter de se contentar. Ou achar que se tem de o fazer.

E é curioso como ambos depositaram tanta esperança naquela uma noite, há nove anos atrás, e como tudo o que se seguiu foi pálido em comparação.

É uma bittersweetness que faz doer e sorrir. E identifico-me tanto com a Celine que o meu coração se parte em renovados pedaços.

Celine: I guess when you're young, you just believe there'll be many people with whom you'll connect with. Later in life, you realize it only happens a few times.
Jesse: And you can screw it up, you know, misconnect.


Jesse: I feel like if someone were to touch me, I'd dissolve into molecules.

MJNuts

Às vezes, gosto de crescer. Outras vezes, isso só me faz pensar que estou num comboio só de ida para a solidão.

Monday, November 1, 2010

Before Sunrise

Jesse: Do you believe in reincarnation?
Celine: Yeah. Yeah, it's interesting.
Jesse: Yeah, right. Well, most people, you know, a lot of people talk about past lives and things like that, you know? And even if they don't believe it in some specific way, you know, people have some kind of notion of an eternal soul, right?
Celine: Yeah.
Jesse: OK, well this was my thought: 50,000 years ago, there are not even a million people on the planet. 10,000 years ago, there's, like, two million people on the planet. Now there's between five and six billion people on the planet, right? Now, if we all have our own, like, individual, unique soul, right, where do they all come from? You know, are modern souls only a fraction of the original souls? 'Cause if they are, that represents a 5,000 to 1 split of each soul in the last 50,000 years, which is, like, a blip in the Earth's time. You know, so at best we're like these tiny fractions of people, you know, walking... I mean, is that why we're so scattered? You know, is that why we're all so specialized?
Celine: I don't know. Wait a minute, I'm not sure...I don't...
Jesse: Yeah, hang on, hang on. It's a, it's a totally scattered thought. It... which is kind of why it makes sense.

MJNuts