Friday, February 19, 2010

E Chegou Aquela Altura do Ano Outra Vez

Mais uns quantos segredos que podiam ser meus. A idade faz-nos desabafar?
























MJNuts

Thursday, February 18, 2010

Está em Todo o Lado

Há dias em que olho à volta e tudo é belo... Gostava que todos os dias fossem assim.

Ontem passei o dia fechada numa biblioteca a cumprir as minhas tristes funções académicas. Não sou a mais trabalhadora das estudantes, admito, e costumo ficar bastante carrancuda por ser submetida a horas infinitas de trabalho.

Ontem não fiquei. Enquanto trabalhava, ia falando com pessoas de quem gosto, conversas com interesse, cheias de meiguice e alegria. Hoje, por uma simples confissão do que eu verdadeiramente sou e há tanto escondo, estou mais próxima de alguém que sempre foi importante para mim. E isso põe-me tão feliz...

Ontem saí da biblioteca ao som de uma voz ameaçadora a mandar-me dirigir à saída porque tão nobre local estava prestes a fechar. Ontem alguém com um sorriso luminoso permitiu-me entrar na sua vida, para eu não ficar sozinha à espera que ele chegasse.

Ontem não importou que as mangas de uma camisola cheirassem a alho e cebola. Não importou que não jantasse para depois me atirar a um pacote de M&M's à velocidade da luz. Não importou um desencontro parvo por uma questão de momentos, depois de longos minutos à espera diante do gigantesco cartaz do Wicked, que já foi testemunha de tantas coisas nesta minha aventura. Ontem não importou a tua mala pesada, nem como ela foi parar ao meio de nós e teve de ouvir as nossas divagações surreais de maus exemplos de portugueses que somos.

Ontem importou o quanto deambulámos. Importou aquele abraço. Importaram os nossos sorrisos de estarmos juntos de novo, na casa que deixou de ser um espaço físico para passarmos a ser nós. Importou uma roda feita na relva, só com vocês dois a verem. Importaram os braços que se deram e se largaram para se voltarem a dar, os pesos que passaram de costas em costas. Importou o português e o inglês que se partilhou. Importaram as canções e a minha voz a enrouquecer.

Ontem, durante várias horas, consegui olhar em volta e só ver Beleza. Sentir Beleza, sentir Amor. Olhar para cima e ver o céu azul-arroxeado de Londres, com poucas estrelas e nevoeiro. Ver os edifícios que são lindos e têm vida, e só estão à espera que alguém dê pela sua presença.

Ontem senti-me completa, contigo a meu lado, a caminhar, cansado, com uma mochila demasiado pesada. Ontem senti-me invencível, contigo de um lado a rir e ela do outro, em silêncio, a apertar-me o braço como se estivesse frio.

Ontem foi daqueles dias em que relembrei o que realmente importa. Há tanta coisa que tem de ser... Mas o que realmente é importante tem de ser descoberto, a pouco e pouco, tem de ser apreciado e acarinhado.

Eu sei que há tantas coisas que nos fazem pôr a cabeça a andar a mil à hora e a desesperar... Mas tu não falhas em fazer-me sentir mais eu.

Às vezes, basta estar simplesmente naquele momento, a viver intensamente aquele pedacinho de Presente. Porque, bem feitas as contas, a única coisa que realmente possuímos é o Agora. E ele está em todo o lado.

E torna tudo imensamente melhor.

MJNuts

Hoje, continuas a dormir, na minha cama. Hoje, chega outra das pessoas que mais amo. Hoje e amanhã e enquanto estivermos juntos, o Mundo é nosso.

Monday, February 15, 2010

Barcelona

Pois que voltei a Barcelona...

Da primeira vez não gostei por aí além. Tinha tudo para ter gostado, mas não achei piada. Dois melhores amigos (três?), bom tempo, uma cidade nova por explorar... Mas entre amores desencontrados e cabeça a mil à hora, estive 5 dias em Barcelona e saí de lá a achar que a cidade não merecia os tamanhos louvores que tantos lhe fazem...

Resolvi voltar, então. Não percebia porque é que eu, que gosto tanto de viajar, que não sou particularmente exigente no que diz respeito a apreciar o local onde pouso os pés, não tinha gostado de Barcelona. Queria dar outra oportunidade à cidade.

São as maravilhas do Erasmus, não é? Cá por Londres, no 1º semestre, conheci uma espanhola que estuda em Barcelona. Então juntei-me a uma francesa e toca de a irmos visitar. Para quê fazer Erasmus se não é para aproveitar as casas que se nos vão oferecendo mundo fora?

Estivemos lá 4 dias. Os primeiros dois foram estranhos para mim. Estava a começar a acreditar que eu e Barcelona não jogávamos bem no karma... A minha cabeça, que andava pacífica e organizada, tornou a correr a mil à hora. Sentimentos, sensações, pensamentos... Um aperto no peito que me gritava unease. Que não me deixava olhar em volta e apreciar. Que me fazia o coração doer.

Vim de Londres tão descansada, de coração sereno, e chego a Barcelona e ele dispara com imagens que não o deveriam ter afectado. Com momentos que não significam nada e a que ele quer dar sentido. Chego a Barcelona e, de repente, 10 horas da minha vida, danças e conversas, são o mundo inteiro.

10 horas... Não quero nada disso. Mas não tenho outro remédio senão aceitá-lo. Resistir dói muito mais.

E então fecho os olhos e respiro fundo. Abro os olhos novamente e vivo Barcelona.

Barcelona é viva e vibrante, cheia de boa disposição. Barcelona não cheira propriamente bem e é barulhenta. Mas as pessoas sorriem pelas ruas e tagarelam alegremente. Não parecem preocupadas com trabalho e chatices, estão ali, estão a aproveitar.

Passeando por Barcelona, vêem-se mil tons de pele e ouvem-se mil línguas e é fascinante. O metro é confuso e parece que se andam quilómetros lá dentro. O castelhano e o catalão misturam-se num coro animado. O inglês soa estranho e é difícil de entender.

Fui a Barcelona com uma francesa e fiquei em casa de três espanholas. Fui a uma festa com italianos, coreanos, franceses e espanhóis. O meu cérebro explodiu com tanta diversidade. Algures em Barcelona, deixei de ser portuguesa por momentos, e fui uma cidadã do Mundo. Algures em Barcelona, falei mais línguas, e melhor, do que as que sei. Há tantas pessoas, tantas vidas ainda por conhecer...

Em 4 dias, fiz as pazes com Barcelona. Fiz as pazes também com o Carnaval, depois de anos e anos de repressão causados por traumas de infância. Carnaval em Barcelona é tambores pelas ruas, miúdos e graúdos mascarados, é pirâmides humanas no meio de praças, é carros alegóricos maravilhosos de tão maus que são...

Em Barcelona, abracei o barulho e vivi o barulho. Continuo a adorar o silêncio, mas o barulho extasia-me.

Em Barcelona, descobri que, a pouco e pouco, sou uma pessoa melhor e mais crescida, uma pessoa com mais valor.

Em Barcelona, apercebi-me que continuo com medo. E que ainda não acredito.

Te quiero, Barcelona.

MJNuts

Love is the stuff that dreams are made of

E só porque este artigo é fabuloso e merece ser partilhado...

"I had a dream the other night that my brothers and sister were dead. Tear-sullied and tired, I awoke from the nightmare praying that God would take me instead. It was my love for them that made me despair. But the light of Love’s custody soon softened the terror until all I could feel was my heartbeat hammering against the darkness.

It’s a funny thing, a heartbeat. Sometimes you feel it, and sometimes you don’t, but it’s always there, silently sustaining you with the very stuff that life is made of. A humble hero and a constant companion, Love is patient with me, and it keeps its hold on me. No matter the swagger I walk with, every step I take is somehow instep with the tempo of Love. It’s always breathing in the background, an ambient heartbeat not unlike my own, but owned by no one, rather, resolute in its endlessness.

This Love is not that cardboard imposter of the kind you find stocked high in Hallmark aisles. I call that creature “little-L” love, that’s “little” as in “I have little time for you,” and “L” as in “lackluster,” “lifeless,” or “lugubrious.” No, this “little-L” love is not truly love. It’s not actually love in the same way that leggings are not actually pants. This “little-L love,” like the leggings-only look, possesses all the cuteness of a rotting elephant carcass. And real Love is most definitely not a rotting elephant carcass. Neither is Love a waxy heart-shaped box filled with waxy heart-shaped candies encased in stale and petty adulation. No, that is certainly not love.

So what exactly is the real stuff, this plain old Love?

One thing Love isn’t is easily describable in 800 words or less. No, Love is not a sentence or a paragraph. It’s more like a cello, that stringed sage who in a single note resoundingly sings all the truths of this strange existence. Or like a trumpet laughing beneath a subway grate, happy and profound, distinctive, both imminent and afar.

Love is like the mantle of stars, neither frightened nor silenced by the surrounding desolation, but illuminated by the vast ocean of darkness upon which it sets its sails. It is a gentle ember with an inextinguishable spirit, persevering against the weight of destruction and despair, always with the purpose of finding those who seek safe passage, of being found itself, of undertaking this strange and beautiful sojourn in communion with its voyaging passengers.

Love isn’t easy. For example, I love Herodotus, sure, but spending 700 pages with him in one sitting can put a certain stress on our relationship. I think the same is true of Love. It doesn’t help that we have this habit of constantly colliding into each other, of bumping and bruising and breaking ourselves and others. And the resulting pain often makes us wonder if Love isn’t leading us to a 600-foot plunge off a sheer cliff face into a fiery pit of hungry, flesh-eating bears. Sometimes Love feels more lethal than lovely. Love keeps me up at night—it makes me cry, and it makes me fear. But my courage is childlike—I possess a dreamer’s imagination and a lover’s heart. It is instilled with this heart and mind that every time I fall, I drive my hands down hard onto the ground and I lift myself onto my knees and there, kneeling in love for Love itself, I cry out for it to save me. And somehow, Love always does.

Love sees me coming from a long way off, and it runs out to greet me with a strong embrace. It’s had its hand on my shoulder since before I knew my name. Love sits with me in silence when I don’t feel like talking. It’s funny when I’m sad, and it’s silly when I’m serious. Love rights my ship, for it is my ship, docked and waiting in the places where I harbor my greatest desires. Love sends me sailing off into the unknown of adventure. I often look at Love, not always knowing quite what to think, not even knowing exactly what it is. Sometimes I look at Love with anger and disdain, or with fear and uncertainty, with pain and with doubt. But every day, whether I mean to or not, I stare Love in the face. Every day, I look at Love. And Love smiles back at me.

After yesterday’s Valentine’s Day, forget the gimmicks and commercial gestures, the rose bouquet and the ribbon-covered box. Find the people who make you feel the rhythm of your beating heart, and be to them as Love is and wants to be. Make their hearts beat right back to the tempo of something shared. For Love is the reason. And Love is the end."


Eu não poderia ter dito melhor. E sabe o meu caderninho que divago muito sobre o assunto...

MJNuts