Tuesday, April 29, 2008

Porções de Humanidade III

Com o devido crédito ao PostSecret... Mais uns quantos... Dos bons.





















MJNuts (still surprised, really)

Tuesday, April 22, 2008

Kiss Me!

Hoje estive no belo do Zoo, como muitas vezes tenho que estar (e com prazer!) e dei com um panfleto da Campanha EAZA 2007/2008. A sigla da EAZA significa European Association of Zoos and Aquariums e é assim uma espécie de órgão regulador da maior parte dos Jardins Zoológicos do nosso humilde continente. Uma espécie de União Europeia, estão a ver?

Adiante, a Campanha por cá tem o brilhante nome de Kiss Me!, em alusão às velhas histórias em que as princesas beijavam sapos e saíam de lá homens à séria. Obviamente que isto seria muito levezinho e pouco relevante, por isso também salta à vista o Anfíbios: Alarme. Reparo agora que ainda não fui muito específica, por isso vamos lá corrigir a falha.

Todos os anos, a EAZA tem diferentes Campanhas que dizem respeito a diferentes classes, ordens, famílias de animais ou até mesmo apenas um animal específico. Estas Campanhas são Campanhas de Conservação, ou seja, visam ajudar, através da obtenção de fundos, da criação de consciência ambiental, a manter vivas as diferentes espécies, hoje em dia tão ameaçadas pela extinção.

Este ano calhou aos nossos amigos Anfíbios! Que, muito genericamente, costumam ser sapos e rãs, às vezes salamandras, em suma, são animais de pele nua, o que quer dizer que conseguem respirar pela pele, além dos pulmões, e por isso precisam de viver em ambientes húmidos e com água por perto. Geralmente, sofrem metamorfoses até atingir a forma adulta.

Confesso não ser grande conhecedora de Anfíbios, embora os ache uma classe de animais bastante interessante. Mas como não os há muito no Zoo e o que está mais próximo é o que mais se aprende, é uma falha na minha cultura animal.

Seja como for, lendo o panfleto descobri umas quantas coisas que me entristeceram...

Antes de mais, a crise de Conservação dos Anfíbios é a maior crise de Conservação desde a Era dos Dinossauros! E toda a gente sabe como esses acabaram...

Principais motivos de extinção dos Anfíbios: destruição do habitat; captura para comércio ilegal de espécies exóticas, alimentação, medicina tradicional; quitridiomicose, doença provocada por um fungo mortal para os Anfíbios, que se tem propagado com maior intensidade devido ao aquecimento global. Parece-me óbvio que TODOS estes motivos estão directamente relacionados com a acção humana.

Acredito que muita gente só encha o olho com animais fofinhos, como o são grande parte dos Mamíferos, mas a verdade é que se existem Anfíbios, é porque têm papel crucial nos ecossistemas da Terra.

Ajudem a salvar estes animais. Vão ao Zoo, participem na Campanha, contribuam com o que puderem, todas as ajudas são bem-vindas. E muito agradecidas!

Para mais informações, podem sempre dar uma saltada aqui. Mas fica então a informação que já se vai tornando velha, que a Humanidade está a destruir mais uns quantos exemplares de bicharada...

"Ninguém cometeu maior erro do que aquele que não fez nada,
só porque podia fazer muito pouco."
Edmund Burke

MJNuts

P.S.- Desculpem lá, este post mais parece uma mensagem de intervenção ou algo do género, mas fiquei mesmo alarmada com a situação dos Anfíbios, que na minha inocência, julguei menos preocupante...

Wednesday, April 16, 2008

Bring Me Back

Bem, aqui fica um post curto e não muito substancial, mas é o que a minha fraca inspiração arranja por agora.

Foi-me dado a conhecer pelo meu grande, grande amigo (e mais musical também) Hugo, a dona de uma portentosa voz que me viciou de uma assentada. Ainda não consegui parar de ouvir.

O projecto musical chama-se Bring Me Back, a senhora é Liz Wood. É uma das muitas personagens do panorama musical underground de Londres. Por isso, parece que infelizmente não, que não a vamos achar na base de dados dos múltiplos programas de download. Eu só espero que algum produtor a descubra, porque eu quero ouvir CD's inteiros disto, quero chorar e emocionar-me, quero saber as músicas de cór.

À falta de melhor meio para mostrar o trabalho desta magnífica voz, aqui fica o único sítio onde ainda só a posso ouvir... A página pessoal de Bring Me Back no MySpace... Sempre dá para ouvir as canções que ela lá colocou, em repeat. Se não for dar muito trabalho, comecem pela 3ª música - The Man Who Never Returned. Assim é garantido que vos prende.

Eu não sou nenhuma especialista em música, tenho os meus gostos, como toda a gente, adoro partilhá-los, conhecer coisas novas, dar outras a conhecer.

Bring Me Back... Devo-o a toda a gente que gosta de música crua, de vozes poderosas e intimistas. Lá dizia o Hugo... Parece que o Tim Buckley se juntou com a Janis Joplin e deu à luz este monumento musical.

É muito, muito bom... Acreditem. Oiçam pelo menos uma vez. A sério. Por favor?

MJNuts

Sunday, April 6, 2008

Deus?

Tenho andado a sentir-me algo... espiritual. Bem, na verdade nem por isso. Apenas me têm ocorrido questões religiosas sobre as quais os meus Eus interiores gostam de divagar.

Dito isto, não faço a menor ideia de qual será o fio condutor deste post ou sequer se terá lógica no seu todo. Leiam a vosso risco que esta banca de Tretas bem precisa de material novo para não desiludir os seus... vá, seguidores.

Começando, e falando genericamente também, a maior parte das religiões, senão todas (e não estamos a debruçar-nos sobre as seitas derivadas de religiões ditas maiores), surgiram devido à necessidade humana de dar uma explicação minimamente lógica ao mundo que nos rodeia. É claro que se poderá dizer que o divino não tem qualquer tipo de lógica. De seres imortais e omnipotentes, passando por milagres e reencarnações... Não há nada de muito científico por estes lados. Mas afastando-nos desse preconceito... Um Deus a criar o Universo e descansar ao 7º Dia é uma explicação, ainda que duvidosa, de como surgiu o Cosmos. Não está muito longe do Big Bang, até!

Muitas religiões politeístas (e penso particularmente nas da Antiguidade) têm diversos mitos para explicar assuntos como a Morte ou o Amor. Atribuem importância às guerras ou à sabedoria. Através de histórias, contam como surgiram dados animais ou flores. Explicam porque há boas ou más colheitas, porque nem sempre as marés vão a favor dos marinheiros, para onde vão as almas depois da morte física.

Pessoalmente, sou pseudo-humanista. Acredito no Homem e no seu potencial. Custa-me crer que haja muito mais para além da Morte, embora - paradoxalmente ou não - não tenha medo de morrer. Confesso que não gosto da ideia de morrer e puff!, o meu corpo alimenta a terra e somos todos felizes assim, sem mais nada para experimentar. Mas, ao mesmo tempo, se no meu cérebro reside a minha consciência e a minha essência e se o cérebro está morto... Como é suposto eu saber o que há depois disso? Temas complexos, portanto.

Seja como for, o que mais me tem posto a pensar em religiões nos tempos que correm não é propriamente a Morte nem a necessidade de crer em algo, é apenas uma questão curiosa... Assim de repente, ocorrem-me pelo menos 3 religiões com distinção Paraíso/Inferno. Que seria o Catolicismo, e as politeístas Greco-Romana e Escandinava. Tenho a vaga ideia que esta distinção também está presente no Hinduísmo e, tendo em consideração os pilares judaicos no Antigo Testamento, subiríamos este número para 5. Não tenho sequer a pretensão de me considerar especialista em religiões. Não o sou. Sei muito pouco de Judaísmo, Islamismo, Protestantismo... Sei alguma coisa do Catolicismo (e não nego a minha educação católica, que embora arrastada para os confins do meu pseudo-humanismo/agnosticismo, foi de larga contribuição para a pessoa que sou hoje) e da belíssima Mitologia Greco-Romana. Mas estou longe de ser uma enciclopédia sobre o assunto.

Voltando ao que interessa... Dicotomia Paraíso/Inferno. Tenho pensado nisso, porque é curioso. É uma ideia simples, que resulta bem em mentalidades embrutecidas. Resulta bem numa criança, num ignorante, num alfabeto. Resulta bem, portanto, em quê? 80% da população mundial?

A base é do mais elementar que há: faz o Bem, vais para o Paraíso; pões-te com merdas, vais recambiad@ para os confins do Inferno.

Há consenso sobre o Paraíso. Bonitinho e tal. Verdejante. Animais fofinhos (ainda gostava saber que acontece à população lá do sítio se não há predadores naturais para a bicheza), música calminha, pessoas bonitas por ali... Pergunto-me para que são as pessoas bonitas... Quer dizer, se estamos no Paraíso, não podemos exactamente ter sexo com elas, não é? Mas já estou a fugir ao assunto.

O Inferno... O Inferno é assim muito variado! Se não estou errada, culturalmente, o Inferno dos Católicos é o Fogo Eterno. O pessoal porta-se mal, bate as botas e vai assar para a eternidade ao pé de serezinhos com cornos e uma cauda engraçada. É mau, é mau. Não gostava sequer de morrer queimada, quanto mais arder eternamente!

No Oriente, segundo ouvi da boca de geeks (logo, fonte duvidosa - ah! brincadeirinha, gente!), o Inferno está associado ao frio. Seria um Gelo Eterno em vez de Fogo. O que me parece igualmente mau. Não sou propriamente fã de ter frio, é desagradável.

O Inferno de Hades era engraçado, também. Lá o Rio, com as almas todas servindo de água, eternamente deambulando. Tendo em conta o circuito limitado, não me parece a melhor das perspectivas.

Não esquecer que, nessa obra que imagino belíssima e que algum dia hei-de ler - A Divina Comédia -, Dante descreveu não um, mas 9 (nove!) tipos diferentes de Inferno. Nove Círculos de Inferno, cada um pior que o anterior até se chegar ao 9º, no centro da Terra, onde reside Satã. Cada nível castigaria diferentes formas de pecado. Há para todos os gostos. De carregar pedras a fogueiras, a castigos eternos com diversos tipos de demónios. Há, até, níveis de Inferno com zonas e sub-zonas diferentes. É uma festa infernal!

Ora, mas porquê então? Tanto ênfase no castigo para os nossos erros e tão pouca dedicação para os nossos bons actos? Na minha lógica, quem andou fazendo o Bem por aí é que devia ter festa de arromba depois de morto! Mas não, o Paraíso é aborrecido e parado, parece que nada acontece por lá, além de muita paz e espírito calmo. O que também é bom... mas não para a eternidade! Ou sou eu que sou jovem e imberbe?

Pensando no caso, a verdade é até bastante simples... Não se aplica muito a mim, porque efectivamente não sou muito vingativa/rancorosa, mas é claro que se aplica a mim também.

Se reflectirmos honestamente, se tivermos coragem de olhar para dentro e nos admitirmos como somos - uns pobres corações insignificantes (não infelizes, hã?!) -, a verdade é bastante simples. O ser humano, com o muito de animal que ainda tem, é por natureza básico, instintivo, sobrevivente. Não interessa quantos computadores temos ou quão bem conduzimos ou as tecnologias que dominamos. Despidos disso, somos apenas seres vivos. E seres vivos aguentam-se para não morrerem tão depressa! Este aspecto... primário, digamos, da nossa natureza humana traz-nos muitas coisas: egoísmo, impulsividade, irreflexão... e fragilidade.

A verdade dura e simples, parece-me a mim, é que nos é muito mais natural o desejar que algo ou alguém castigue quem nos fez mal, mesmo que esse castigo só chegue após a Morte, do que o desejar a alguém que nos fez bem uma recompensa eterna. Porque ver alguém sair impune pelo mal que fez é muito mais doloroso, a injustiça parece corroer-nos o sangue. Quando alguém pratica bons actos... espera-se que seja gratificante a sensação que fica após os seus resultados. Espera-se que isso baste.

É claro que muitos velhotes andam por aí agradecendo ao dizer "Deus te pague" ou coisas do género... Mas a perspectiva infernal dos desejos humanos é em muito maior escala. Digo eu. Até na nossa apreciação do karma, a coisa flui neste sentido. Fazemos boas coisas para boas coisas nos acontecerem a nós, mas desejamos que o mal que os outros fazem lhes seja dirigido de igual forma. Se formos nós a fazer o mal... Ah, esquece lá o karma.

É engraçado. Ainda tenho de fazer um estudo sociológico sobre isto.

E Deus, onde está? Qualquer que seja o nome que se lhe dá? Seja quem for, tem com certeza um genial sentido de humor...

... E é o maior voyeur da História.

MJNuts

Edit: substituído Cristianismo por Catolicismo nos sítios onde era devido. Obrigada pela dica, Aurora.

Hello Kitty!

É nestes dias que não sabemos se os gatos são matreiros, brincalhões, estúpidos ou bipolares.(Pobres cães.)



Giovanna