Thursday, January 25, 2007

The Dresden Dolls

Só uma nota para aconselhar a todos os que tenham o azar (ou a maldição!) de pousar os olhos neste canto obscuro da web...

Oiçam The Dresden Dolls!

Custa a entrar, acredito. A mim custou, mesmo quando duas das minhas melhores amigas (uma delas a Giovanna!) me tentavam insistentemente impingir a banda. A voz da vocalista Amanda é algo... desarmoniosa de uma forma fascinante e as próprias instrumentais são de melodia assaz estranha à primeira audição. Mas dêem-lhes uma chance. Os Dresden Dolls merecem tudo!

Até agora lançaram dois álbuns: o primeiro tem título homónimo (para quem não percebe a minha linguagem de rato de sótão/biblioteca, o primeiro CD chama-se The Dresden Dolls) e o segundo chama-se Yes, Virginia. O álbum de estreia é de uma genialidade fantástica e o segundo, embora inferior, tem momentos de qualidade dificilmente igualável.

A banda, nas suas letras, foca temas que vão desde a pedofilia à auto-mutilação de um modo perversamente atraente. Uma pessoa sente-se puxada para algo ali que prende e nos leva ao mundo subversivo em que vivemos.

Pegue-se em Missed Me ou em Slide e teremos visões invulgares de pedofilia. No primeiro caso, a vítima cantando sobre o seu mister, no segundo o velho estereótipo da menina a brincar no parque que é abordada por um desconhecido que oferece "coisas boas" como aliciante.

Ouve-se a fantástica Good Day e temos das melhores break-up songs que por aí há. É isso mesmo: "I'd like to do more than survive, I'd like to rub it in your face!". You go, girl! Para a frente é que é o caminho!

Ouvindo a melodia alegre de Bad Habit, ninguém diria que se está a cantar sobre as perturbações de uma mente que pratica auto-mutilação...

Sex Changes tem uma melodia fantástica e uma letra que não lhe fica atrás. Queiram saber as voltas da transsexualidade... E não só.

Termino com uma das preferidas, muito pessoalmente. The Perfect Fit e um devaneio sobre os desígnios de perfeição que sobre cabeças de alguns de nós pairavam e que longe ficaram de ser cumpridos...

Há muitas mais, claro. Delilah, Half Jack, The Jeep Song, Girl Anachronism e por aí afora... Mas isso deixo para vocês descobrirem.

Vá, toca a sacar The Dresden Dolls. Não há-de ser por isso com certeza que a polícia do download vos vai prender!=P

MJNuts

Thursday, January 18, 2007

Última Hora - versão TVI

Estava eu na sala de pé a conviver amigavelmente com as minhas entidades parentais (e a gata), acabada de vir da cozinha e das arrumações, quando de repente a TVI pára a sua transmissão noveleira habitual e um grande letreiro de ÚLTIMA HORA aparece no canto superior direito...

Ficámos todos silenciosos. Uma jornalista no ecrã, o símbolo de um hospital por trás... Oh Deus, foi o Primeiro Ministro? O Ruy de Carvalho? A Agustina Bessa Luís? O nosso país vai ficar novamente mais pobre de figuras relevantes?

A expectativa fez-se sentir, até porque pelos vistos deve ter havido uns problemas técnicos já que a jornalista levou quase um minuto a começar a falar. E mais valia ter estado calada...

"Estamos aqui no Hospital (...) onde Rita Pereira, a Estrelinha de Doce Fugitiva, se encontra internada devido a uma infecção nas vias respiratórias."

É que só dá para rir. Deus me perdoe o sadismo.

MJNuts

Escadas Rolantes

Escadas rolantes são um resultado da tendência humana para criar coisas que nos facilitem a vida.

Eu adoro coisas que nos facilitem a vida, não me levem a mal! O que seria de mim sem downloads ou sem calculadora? Sem Internet ou sem ténis?

Mas há coisas e coisas. A meu ver, as escadas rolantes servem para nos fazer andar mais depressa até lá acima. Vou repetir: andar. Há poucas coisas que me irritem mais do que estar no Metro na hora de ponta e um idiota qualquer decidir que é muito bom encostar-se ao vão da escada rolante e ficar a apreciar a paisagem artificialmente iluminada do metro. Do lado esquerdo!

Passo a explicar. É que isto há regras, meus senhores! Se querem ser rabos gordos e preguiçosos, encostem-se à direita, que há malta que tem pressa! Não sabem que a faixa da esquerda é para ultrapassar? Depois o resultado é verem-se filas de gente a querer entrar na largurazinha minúscula que têm as escadas rolantes...

Nos centros comerciais, o caso é mais grave. É que, nos centros comerciais, as pessoas assumem que escadas rolantes servem para nos carregar que nem lordes de um andar ao outro. Pode haver só uma única alma na malfadada escada rolante, mas é certo e sabido que vai estar languidamente pendida para o vão em vez de se fazer à vida. Terrível.

Depois admiram-se que haja quem suba as escadinhas normaizinhas como Deus as quis que geralmente aparecem ao lado dessas máquinas de preguiça evil...

MJNuts

Tuesday, January 16, 2007

Limpezas de Primavera..?

Vão ter de nos desculpar pela inconstância do layout nos próximos dias, mas parece haver uma pequena disputa entre as administradoras acerca da apresentação... Tudo amigável, claro. É impossível atirar com objectos pesados à cabeça de alguém que está do outro lado do ecrã, a km físicos de distância.

E como sabemos que os nossos fiéis comentadores não hesitam em fazer-nos saber as suas preferências pessoais - quer nós queiramos quer não - aqui têm uma desculpa para usar o espaço dos comments como local de discussão e quase (mas só quase!) como uma chat room. Uma novidade para todos vós, decerto, mas nada que se inibam de tentar, n'est ce pas?

Com os melhores cumprimentos

A Gerência
aqui representada pela Giovanna

Friday, January 12, 2007

Memória Selectiva

É de evidente conhecimento geral que a Memória é uma entidade muito selectiva. Poucos seriam os que manteriam a sanidade se assim não fosse. Já se imaginaram a recordar todos os pormenorzinhos da vossa existência a partir do momento em que as mitoses e meioses desta vida dessem origem ao vosso miserável cérebro? Muito mau. Acho que a maior parte não ultrapassava o trauma de ver a luz no fundo do canal vaginal e de repente é o Inferno cá fora. Travessia lixada, hem?

Ora muito bem. A Memória de uns dá-lhes para ter uma capacidade prática para as coisas que é um absurdo por demais. Há aqueles que passam uma vez por um caminho e o memorizam para a vida toda. Ainda temos aqueles casos que são enciclopédias ambulantes.

Depois temos-me a mim.

Eu gostava mesmo de saber que raio de combinação genética foi esta que os meus pais arranjaram… Ora vejamos: o meu disco rígido pessoal deve ter formato database. Digam-me os vossos nomes completos, mails, números de telemóvel, datas de nascimento, alturas, pesos e eu processo esta informação (70% da qual, perfeitamente inútil) e decoro-a para todo o sempre. Ou pelo menos para uma boa parte do sempre, em que contacto com as vossas gentis pessoas. Alguém é capaz de me dizer para que é que isto serve? Que vou fazer da vida com isto como característica??

Mas o pior ainda está para vir. A juntar à minha habilidade inata de reunir parvoíces em base de dados (também serve para saber nomes e elencos de filmes e séries, nomes de cada episódio, anos em que tais álbuns musicais saíram…), é servida a minha inabilidade igualmente inata de memorizar o que quer que seja do que digo e, muitas vezes, faço! O_O Um pouco como o gajo do Memento, estão a ver? Tenho de ver se arranjo uma polaroid para começar a escrever notas e depois não me enterrar quando me apontam à cara as minhas atitudes/palavras polémicas das quais estou perfeitamente absorta. Como se estivesse sempre de ressaca daquelas bebedeiras que a gente não se lembra de nada.

Vou dar um exemplo verídico, ocorrido aqui há uns anos:

MJNuts: Sabias que o Diogo Infante era gay?
Amiga Devidamente Não Identificada (referida daqui em diante por ADNI): O Diogo Infante? Não é nada! Onde foste buscar isso?
MJNuts: Não me lembro. Acho que li algures. Mas é, é! Também fiquei chocada!
ADNI: Não acredito…

3 semanas mais tarde…

ADNI: Olha que esta do Diogo Infante ser gay…
MJNuts: O Diogo Infante é gay?! Não fazia a mínima ideia!
ADNI: Mas foste tu que me disseste, oh parva!
MJNuts: Como é que fui eu que te disse se eu não sei nada dessas coisas?
ADNI: Contaste-me há umas semanas, que eu nem quis acreditar!
MJNuts: A sério?
ADNI: Ya! Não te lembras?
MJNuts: Não…

Pois é. Traumático. Saber assim, sem ter a mínima ideia do que se passava, que eu andava a proferir obscenidades sobre a sexualidade de um senhor muito respeitado da nossa praça.
De referir que eu não entendo nada da sexualidade do rapaz e não estou aqui com intenções de o desrespeitar ou de falar do que faz ou não faz com o seu orifício rectal. (Se bem que naquela altura até parecia menos gay que agora… Ups, eu não disse nada!)

O caso é grave quando tenho diariamente pessoas a relembrarem-me de coisas que eu disse, algumas das quais dois dias antes. Assim é impossível manter algum tipo de opinião! Vai andar sempre a variar de um extremo para o outro! Ninguém me vai dar crédito! Nãooo!

Caso mais recente, mas menos chocante:

MJNuts (via sms): O T-Bag é um personagem mal construído, o comportamento dele não faz sentido! Aquela sexualidade dele está mal trabalhada e não tem lógica:
Amigo do outro lado do telemóvel: (silêncio) Pensamento --> "Esta gaja é mas é louca, é melhor nem comentar."

2dias depois...

MJNuts: O T-Bag é um dos melhores personagens de Prison Break! Está super bem feito! O homem é genial, até me sinto mal por gostar de um pedófilo!
Amigo do outro lado do ciberespaço: conheço alguém que ontem não dizia isso…
MJNuts: Quem? Não devo ter sido eu com certeza, porque eu adoro o T-Bag!
Amigo do outro lado do ciberespaço: Foste, foste. Eu nem disse nada, já sabia que era da boca para fora.
MJNuts:

A realidade actual é que eu adoro o T-Bag e os seus bolsos com o forro de fora. Acho que não a esqueço tão depressa. Espero.

Como é possível que eu saiba enumerar as personagens todas que aparecem num livro ou numa série e depois se me perguntam qual é a história daquilo… Chapéu! Que raio de neurónio é este que não consegue executar as sinapses necessárias para manter o seu ser humano no limiar da normalidade? Está mal!

Conclusão lógica: não acreditem em nada do que digo. É 99.9% das vezes uma grandessíssima treta. Ou tanga, ainda que temporariamente (40minutos) verdade. Treta. Uma das duas.

MJNuts

Tuesday, January 9, 2007

Grande Treta

Para a MJNuts, tudo isto começou com uma vaga ideia, louca mesmo, daquelas que ocorrem quando se está a caminhar para a paragem de autocarro, pavoneando-se na borda do subconsciente, à espera de serem agarradas ou caírem no esquecimento.

Para a Giovanna, a insanidade começou com uma proposta curta (e claramente ambígua) num ecrã brilhante. Não era a primeira vez que semelhante convite lhe chegava ao conhecimento, mas desta vez vinha da única pessoa que a poderia levar a pensar a fundo na ideia.

Leais a uma tradição ancestral de se manterem unidas nos mais despropositados projectos, estas duas morcegas empreenderam uma jornada cibernética de compreensão do funcionamento dessa praga informática que são os blogs. Percorrendo caminhos de contas de e-mail duvidosas e de configurações bloguísticas traiçoeiras desse universo paralelo que é a World Wide Web, as morcegas conseguiram atingir este enormíssimo patamar de lérias que perante vós se apresenta.

Ladies and gentlemen… É tudo tretas, pah!